OS TROPEIROS EM PENALVA

 


OS TROPEIROS EM PENALVA

A palavra tropeiro vem de tropa, que significa homens que transportam mercadorias em burros e cavalos. Até meados do século XX, os tropeiros tiveram grande importância na economia de Penalva, além da sua participação cultural relevante como veiculador de costumes, idéias e notícias entre as localidades distantes, entre si, numa época que não existiam estradas na nossa região.

Em Penalva, como nas demais localidades da baixada maranhense, o transporte hidroviário, nas modalidades fluvial e marítimo, eram únicos, não havia estradas ou ferrovias. As mercadorias, como babaçu, arroz, milho, farinha, fumo, couros, açúcar mascavo e outras, chegavam ao porto de embarque nos lombos de mulas e cavalos, conduzidas pelos tropeiros.

A necessidade desse transporte, em grande parte, foi incentivada pela própria Coroa Portuguesa. Tal ação tinha por objetivo reduzir ao máximo a quantidade de escravos envolvidos com outras atividades.

 O comércio foi a atividade que mais utilizou o trabalho dos tropeiros e desenvolveu-se, naturalmente, para atender as tropas, ao mesmo tempo em que movimentava a riqueza, fazendo dos tropeiros interlocutores da vila com os povoados e com eles mesmos. Foi a compra e venda de mercadorias e até o escambo uma atividade que utilizou, na maioria das vezes, o trabalho dos tropeiros. O comerciante, em Penalva, que mais prosperou foi Bento Mendes, seguido de Josias Silva, Aquino Mendes e Zé Leite. Porém, não foram todos os comerciantes que enriqueceram e conseguiram alcançar uma posição de destaque na sociedade.

O tempo passa e a saudade permanece no coração, porque os tempo idos viram história, pra ser  contada, reconhecida e homenageada. E, por mais que o tempo passe, sempre estará na memória pra ser lembrado. É o caso dos penalvenses: Boré, Embora Morra, João Popó, Simplício, Zé Inácio,  eram os tropeiros mais aguardados, na entrada da cidade, ao tempo em que conduziam dezenas de burros carregados com babaçu e arroz, açoitados por um chicote de madeira, coberto de couro entrelaçado, para dar um efeito estalante sobre os animais e, com isso, apressá-los. João Já, foi um tropeiro, feito por Aquino Mendes, na lida de Pinga Fogo, Centro do André, Cansado, Prata, Ouro, Jacaré, até aqui.

Esta é uma inspiração que vem da minha infância, quando tive a oportunidade de ver a movimentação das tropas e tropeiros, relacionada com o modo de vida das pessoas de vários lugares, como comerciantes, fazendeiros, carreiros, estivadores, pescadores, lavradores e, às vezes, até me aproveitei da comida gostosa que preparavam, sob a sombra dos oitizeiros do velho cemitério, que ficava defronte à casa dos meus pais. Ainda sinto o cheiro da comida dos tropeiros: Arroz com toicinho, feijão, farinha, pimenta e pedaços de carne seca. Ah! Que delícia!!!...


Comentários

  1. É uma pena que eu não tive a oportunidade de presenciar a passagem dos tropeiros em Penalva mas ainda assim, fico maravilhado com a história dos mesmos e também em saber q estes fazem parte da história da nossa cidade. Obrigado por compartilhar conosco estas histórias Dr Ivaldo.

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  2. MUITO BOM. PARABÉNS PELO RESGATE DESSES PERSONAGENS ESQUECIDOS PELA HISTÓRIA OFICIAL.

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  3. Sr. Ivaldo,
    Imagino quão maravilhoso é relembrar esse tempo...parabéns pela nobreza de sentimentos em resgatar e disseminar a historia para futuras gerações, numa linguagem enriquecedora e lúdica.

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  4. Maravilha, essa parte da história pouquíssimos Penalvensess sabem !

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