O CRIME DA BARONESA DE GRAJAÚ

 

O CRIME DA BARONESA DE GRAJAÚ


Em 1876, Anna Rosa Viana Ribeiro, matou um garoto negro, escravizado, de apenas 8 anos, com nome de Inocêncio. Este crime teve tamanha repercussão que o caso passou a ser conhecido como “O CRIME DA BARONESA DE GRAJAÚ”.

Casada com o médico e político liberal, Carlos Fernando Ribeiro, que, em 1.878, teve concedido por D. Pedro II, o título de Barão de Grajaú, Anna Rosa Viana Ribeiro era uma típica senhora da alta sociedade escravagista do Maranhão.

Anna Rosa, vinda de uma das principais famílias escravistas de Codó, no interior do Maranhão, já era conhecida pelos castigos cruéis  aos negros escravizados. Em uma ocasião, para se ter ideia de sua brutalidade, ordenou que todos os dentes de uma mulher escravizada, Militina, fossem arrancados apenas por ela sorrir para seu marido.

Aberto o inquérito para investigar a morte de Inocêncio, uma criança escravizada, o processo acusatório,  foi comandado pelo promotor de justiça, CELSO MAGALHÃES, penalvense, nascido em 1849, na fazenda Descanso, freguesia de São José de Penalva, (MA), distrito de Viana,  época em que seu pai, o português, José Mariano, laborava na montagem do  Engenho de Sansapé, como administrador da mão de obra escrava, na companhia dos jesuítas. Celso, embora jovem, não se intimidou  e logo teve a missão de promover a justiça diante dos poderosos do momento. Não se submeteu a qualquer pressão superior, para cumprir o seu dever como promotor público e como cidadão, em prol da liberdade, da igualdade e da justiça. Com o pedido de condenação da ré, foi levada a júri popular para julgamento por homicídio, mas acabou sendo absolvida. Celso tenta recorrer, mas não obteve sucesso. Esse foi um julgamento que escandalizou a sociedade da época, mas foi esquecido pelo tempo.

Os relatos históricos contam logo após o marido da ré receber o título de Barão de Grajaú, fora empossado presidente  da Província do Maranhão, e, em represália, como primeiro ato de governo, demitiu Celso Magalhães, a bem do serviço público.

Em 1879, abalado pelo trauma que sofrera, morre Celso Magalhães, de febre malígna. A sua voz calou-se no dia 9 de junho daquele ano, deixando um legado, como brasão de glória e de orgulho para o povo a que pertence.

Fontes:

Wikipédia, a enciclopédia livre 

Jomar Moraes – Ministério Público 


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