SANSAPÉ NA VIDA DO PATRIARCA DA FAMÍLIA CASTELO BRANCO.
SANSAPÉ NA VIDA DO PATRIARCA DA FAMÍLIA CASTELO BRANCO.
A família Castelo Branco, originária da cidade portuguesa de Castelo Branco. Velha cidade-fortaleza fundada em tempos imemoriais, a Castraleuca dos romanos, tem no Maranhão como um dos grandes patriarcas o Sr. Martinho Jacinto Castelo Branco.
A história de Martinho Castelo, como era conhecido, se
confunde e se funde com a expansão dessa ilustre família neste Estado. É também
uma história de luta de um homem que soube levar a sério o trabalho e ainda
teve tempo de ser pai por mais de cinquenta vezes.
Há episódios bastantes significativos ocorridos na
história do velho patriarca. Por volta de 1930, Martinho passou a administrar a
Fazenda Sansapé, no município de Penalva. Ele recebeu a fazenda de remanescente
escravagista e logo nos primeiros meses de trabalho foi libertando todos os
negros, escravos, do antigo dono, além de incentivar a formação do quilombo que
brotava às margens do Lago de Maracaçumé, denominado São Cristóvão.
Foi na posse de Martinho Castelo que a usina de Sansapé
teve grande importância econômica, social e política. Fatos que são históricos,
pela grandeza da sua obra.
Martinho Castelo foi proprietário legal da Fazenda
Agrícola Sansapé, durante o período de 1938 a 1946. Atravessou a segunda guerra
mundial na posse daquele empreendimento agrícola. Nesta ocasião aumentou a
produção de açúcar bruto para atender a demanda da capital, São Luís, face à
guerra, ficara prejudicado com o bloqueio dos portos marítimos, não permitindo
navios transportarem este produto de Pernambuco, Ceará e Bahia. Com isso,
aumentou a renda, dobrou a mão-de-obra e empregou mais pessoas.
O fato social de maior importância durante a passagem de
Martinho por Sansapé, foi, sem dúvida, o apoio dado ao movimento negro formado
no povoado São Cristóvão. Este era o quilombo que acoitava os negros fugidos
das fazendas e engenhos da região.
São Cristóvão é hoje um povoado com mais de 1.000
habitantes, todos negros. O único morador branco que se tem notícia foi Zé
Gago, neto de Martinho Castelo.
Na política, a participação de Martinho Castelo, como
proprietário do Engenho de Sansapé é merecedora de destaque, porque Penalva,
sede do município, conseguiu se emancipar politicamente de Viana, ajudada pela
força econômica que a usina representava naquela região.
Mudou-se da fazenda em 1946, passando a residir em São
Vicente de Ferrer, atendendo pedido da esposa, do segundo casamento, D.
Onezinda, a fim de colocar os filhos na escola e ainda exerceu cargos públicos.
Anos mais tarde foi para a cidade de São João Batista, onde foi delegado por
mais de oito anos, além de ajudar aquela cidade a tomar grandes saltos em
termos de desenvolvimento econômico.
O patriarca morreu em São Luís no dia 14 de maio de 1976, com 82 anos de vida, deixando mais de cinquenta filhos, mais de cem netos e dezenas de bisnetos e tataranetos. Ao escrever este conto em homenagem ao meu avô, encontro nestas linhas palavras de orgulho.
EXTRAÍDO DO
LIVRO SANSAPÉ TERRA MÃE
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