ENGENHOS

 




ENGENHOS

Parte 10

 

 

Marquês de Pombal e o Maranhão

 

Adotando ao modelo de déspota esclarecido, D. José I nomeou a Primeiro-Ministro, em Portugal, o Marquês de Pombal que teve importante papel  naHistóriadoMaranhão.

Pombal fundou o Estado do Grão-Pará e Maranhão com capital em Belém e subdivido em quatro capitanias (Maranhão, Piauí, São José do Rio Negro e Grão-Pará). Além disso, expulsou os jesuítas em 1.759 e criou a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão cuja atuação desenvolveu a economia maranhense.

Na fase pombalina, a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão incentivou as migrações de portugueses e aumentou o tráfico de escravos e produtos para a região. Tal fato fez com que o cultivo de arroz, algodão e açúcar, ganhasse força e logo colocou o Maranhão dentro do sistema agroexportador.

Essa prosperidade econômica se refletiu no perfil urbano de São Luís, pois nessa época foi construída a maior parte dos casarões que compõem o Centro Histórico de São Luís que hoje é Patrimônio Mundial da Humanidade. A região enriqueceu e ficou fortemente ligada à Metrópole, quase inexistindo relação comercial com o sul do país.   
Mas os projetos do Marquês de Pombal foram abalados quando subiu ao trono D. Maria I que extinguiu a Companhia de comércio e muitas outras ações do Marquês na Colônia.

A produção açucareira que foi a base para a colonização do Brasil, e o produto mais atraente na época no mercado mundial, custou chegar ao Maranhão, demorou quase um século. Somente a partir de 1622 inicia a instalação dos primeiros engenhos em solo maranhense, a produção açucareira ainda incipiente, mas esta pequena produção era de suma importância para incluir a província no rol das produtoras de açúcar.

Foi contando com o bom relacionamento dos jesuítas com os colonos, que a coroa portuguesa, aproveitando o legado deixado pelos holandeses (engenhos do vale do Itapecuru) e a mão de obra escrava, expandiu o cultivo da cana-de-açúcar para a baixada, levando em conta, principalmente, o acesso e as terras férteis (massapé).

Diante deste quadro econômico, o governo central e provincial resolveu investir no setor açucareiro, concedendo empréstimos a juros baixos e importando engenhos centrais, movidos por tração hidráulica.

Os engenhos aglomeraram-se apenas na zona do Rio Itapecuru. Após a expulsão dos holandeses, expandiram-se para a baixada maranhense, inicialmente, movidos por força animal, depois de meio século foi introduzido usinas movidas a força hidráulica, aumentando a produção.

Em 1.684 existiam fábricas de açúcar no Vale do Mearim, tendo Manoel Beckman como proprietário do Engenho Vera Cruz. Em seguida a indústria apareceu em Viana, Guimarães e Pindaré. 

Em 1.760, em Viana, foi instalado o engenho São Bonifácio pelos jesuítas da Missão de Nossa Senhora da Conceição de Maracu, com tração animal. Em seguida, pela mesma ordem, surgiram outros.

Com a descentralização dos engenhos do Vale do Itapecuru, ocorrida após a expulsão dos holandeses do Maranhão em 1644, iniciou-se a expansão açucareira, aproveitando a estrutura deixada pelos holandeses, com mão de obra escrava, importada pelo governo da província e administrada pelos jesuítas.

No período entre 1755 a 1820 o Maranhão prosperava com a lavoura do algodão; o exemplo disso tem-se a instalação de um grande parque industrial têxtil na capital, a construção dos casarões da Praia Grande e filhos da terra indo estudar na Europa. Mas quando esse produto deixa de ser um produto competitivo no mercado internacional, devido à baixa qualidade aqui produzida, os fazendeiros passaram a investir mais recursos na lavoura açucareira, instalando novos engenhos o que elevou a produção açucareira da província.

Em 1.850, em Guimarães, o português, Joaquim Antônio, missionário jesuíta, evangelizador, formado em engenharia hidráulica, na Holanda, construiu um engenho central e uma igreja, aonde cumpria suas missões com a igreja católica, que era de educar e batizar. Neste contexto, surgiram os Engenhos Centrais, com a finalidade de concentrar a produção, modernizarem as máquinas e transformar as operações de hidráulica, surgindo, a partir daí os engenhos centrais como foi o caso do engenho central de Guimarães, instalando operação a vapor e finalmente preparar o setor para enfrentar o mercado competitivo.

O valor da baixada, como as demais comunidades coloniais, consistiam em ser, em meados do século XVIII, tanto exportadora de matéria prima, como também consumidora dos produtos manufaturados ingleses.

O Maranhão desenvolveu sua cultura canavieira, chegando a ter, aproximadamente, 500 engenhos em 1889, em toda província. A maior parte veio dos vales do Pindaré, Itapecuru e Baixada.


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