ENGENHOS
ENGENHOS
Ilha da
Madeira
O primeiro engenho que existiu na Madeira foi o de Diogo Vaz de
Teive, construído em 1452, mas em 1590, à época em que Gaspar Frutuoso escreveu as Saudades da Terra, havia já mais de 30 engenhos dispersos pela ilha, apesar dos
sintomas de decadência que já então a indústria sacarina apresentava na ilha.
Em 1730, eram já poucos os engenhos na Madeira, tendo o doutor
Rodrigues de Azevedo estimado que a indústria sacarina tenha desaparecido
inteiramente da ilha em 1748, devido à impossibilidade de suportar a
concorrência dos açúcares americanos, que, há muito tempo, vinham invadindo os mercados europeus, onde eram vendidos a baixo preço.
Quando Bowdich visitou a Madeira em 1823, o
açúcar fabricado na ilha era em quantidades insignificantes, e em 1826 havia
apenas um único engenho em toda a ilha. No ano imediato Severiano Ferraz procedeu à construção de um segundo engenho, o qual ficou
concluído em 1828. Em 1851, laboravam quatro fábricas na Madeira e, em 1856, dez no Funchal e 18 em toda a ilha,
sendo todas destinadas à destilação de aguardente.
Em 1856, Severiano Alberto Ferraz fundou a fábrica da Ponte Nova,
notável para o seu tempo, na qual despendeu cerca de vinte e cinco contos de réis. Esta
fábrica, melhorada pelos filhos do fundador, tinha em 1862 clarificadores a
vapor, concentradores de Bour, maquinas centrífugas para a extração do melaço,
e outro equipamento, sendo considerada como um estabelecimento de primeira
ordem e o melhor que existia à época no Funchal. Era movida a vapor, sendo o
movimento distribuído por uma máquina de dez cavalos a outras diferentes
maquinas de fabricação.
Também
em 1856 foi fundada por William Hinton & C.a a Fábrica do Torreão, usando como
motor a água, embora no Verão, ao escassear este recurso, o movimento fosse
estabelecido por uma máquina a vapor da força de doze cavalos. Em
1861, contavam-se vinte e nove fábricas em toda a ilha, cinco das quais
manipulavam açúcar. Em 1872, existiam sete fábricas a vapor e, delas, cinco
em laboração e uma a entrar em funcionamento; nove engenhos movidos a água; e
alguns pela força de bois. As fábricas produziam açúcar e aguardente, sendo
esta consumida quase toda em Portugal. |
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