CARRO DE BOI NOS ENGENHOS
CARRO DE BOI NOS
ENGENHOS
O carro de boi surgiu no Brasil com os primeiros engenhos de açúcar, foi
trazido pelos portugueses na época da colonização. Era o carro de boi que
mobilizava a maior parte do transporte terrestre durante os séculos XVI e XVII.
Transportavam materiais de construção para o interior e voltavam para o litoral
carregados de pau-brasil e produtos agrícolas produzidos nas lavouras
interioranas. No Brasil colonial, além dos fretes, o carro de boi conduzia
famílias de um povoado para outro; muitas vezes transformado em carro-fúnebre e
os carreiros precisavam lubrificar os eixos com sebo de gado ou azeite de
carrapato, para evitar a cantoria em hora imprópria. O som estridente,
característico dos carros de bois, chamado de canto, lamento ou gemido, também
faz parte da nossa cultura.
Nos primeiros tempos da colonização, além de manter em movimento a
indústria açucareira, da roça para o engenho, o carro de boi transitava pelas
cidades, sendo proibido mais tarde, ficando seu uso restrito ao meio rural.
Contudo, em todos esses lugares, artesãos continuaram a construí-los e a
aperfeiçoá-los e graças a essa gente, o carro de boi persiste na sua marcha
pela história. O carro de boi pode ser puxado por uma, duas ou mais juntas ou
parelhas. Cada junta possui dois bois, que trabalham um ao lado do outro,
unidos pela canga.
Eu que fui criado sentindo o cheiro da cana, no Engenho de Sansapé, no
município de Penalva-MA, pude ver esta lida acompanhando de perto a saída e
chegada dos carros de bois, carregados de cana até o picadeiro do engenho. É
com saudade que lembro dos carreiros e amigos,
Zé Borges, Zé Cobrinha e outros. Era sempre no verão a época da moagem
da cana-de-açúcar, os bois eram encangados e atrelados ao carro para
transportar a cana, a palhada, a lenha e o açúcar, até o destino.
Em 1.955, com um pouco mais de cinco anos de idade, lembro-me da mudança da família para Penalva, uma viagem inesquecível aos olhos do menino
atento que fui. O carro de boi que nos transportou, em forma de uma pequena
casa, carregava os pertences, criações e até o meu carneiro de estimação. Biné
era o seu nome!!!...
Este trabalho tem como objetivo incentivar os jovens a participar,
valorizar e preservar a cultura popular e o patrimônio cultural que permeiam a
sua própria história, aprendizagem, formação e expressão de idéias e opiniões.
Ainda mais quando o cenário é, também,
a Fazenda Sansapé, cuja história me inspira e honra, com muito orgulho.
A cultura de uma povo se vai consoante a vida dura, mas graças a esses inlustres escritores que buscam e resgatam e deixa em escritas para novas gerações.
ResponderExcluirAmigo Galdino, seu comentário valoriza esta publicação. Fico grato e também lisonjeado pela afinidade cultural.
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