ENGENHOS NO BRASIL
Os primeiros
engenhos foram criados no Brasil para atender à demanda europeia. Eram os
locais destinados à fabricação de açúcar,
propriamente a moenda, a casa das caldeiras e a casa de purgar. Todo o
conjunto, chamado engenho banguê, passou com o tempo a ser assim
denominado, incluindo as plantações, a casa
de engenho ou moita (a fábrica), a casa-grande
(casa do proprietário), a senzala (lugar onde
ficavam os escravos) e tudo
quanto pertencia à propriedade.
Em 1516, foi construído no litoral pernambucano o primeiro engenho de açúcar de que se tem notícia no Brasil, mais
precisamente na Feitoria de Itamaracá, confiada ao técnico de administração
colonial Pedro Cárpico. Em 1526 já figuravam direitos sobre o açúcar de Pernambuco na Alfândega de
Lisboa. Na década de 1530, os primeiros donatários portugueses iniciaram empreendimentos nas terras da América Portuguesa, especialmente nas capitanias de Pernambuco e São Vicente, construíram engenhos de açúcar.
Assim, surgem, na nova colônia portuguesa, os primeiros núcleos de povoamento e
agricultura.
A necessidade de mão de obra levou os
donos dos engenhos a tentar, sem sucesso, escravizar os indígenas. Então, optaram por trazer escravos da África. Décadas depois, a cachaça, um
destilado dos subprodutos da produção do açúcar, melaço e espumas
fermentados, serviu de troca no comércio de escravos. Os senhores de engenho
dominaram a economia e a política brasileira por séculos, desde a época colonial, passando
pelo império e chegando à república, embora, ao longo dessas épocas, tenham tido fases de declínios e
reerguimentos. Os primitivos engenhos implantados no início do século XVI
geraram no século vinte, o setor
sucroalcooleiro, que, no início do século XXI, se
posicionou em segundo lugar na matriz energética brasileira.
Até meados do século XX, os engenhos eram a principal
indústria sucroalcooleira, esteio da economia
do Brasil e, em
especial, de Pernambuco, Piauí, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Ceará, Rio de
Janeiro e São Paulo.
Com a evolução da agroindústria e o aparecimento das
usinas de açúcar e de álcool, os engenhos, obsoletos, foram sendo desativados
gradativamente.
Ao longo da história, a produção de cana-de-açúcar, no município de
Penalva, Maranhão, quando era ainda distrito da freguesia de Viana, teve início
no Engenho de Sansapé, na década de 1.860, pela ação dos padres jesuítas. Após a expulsão dos remanescentes o Engenho passou a ser
administrado pelos colonos. Nesse período a produção de açúcar chegou a superar
a de algodão, fazendo uso da mão-de-obra escrava, de técnicas e máquinas vindas
da Inglaterra.
FONTE: 1- ENGENHOS (OBRA A PUBLICAR)
2-HISTÓRIA DO BRASIL
Sempre muito boa a leitura dos textos que você posta.
ResponderExcluirSempre aprendemos mais.
Obrigada e Parabéns pelo excelente trabalho.
Grato, prezada leitora, suas palavras me servem de incentivo.
ExcluirO Dr. Ivaldo vem aí com um novo trabalho. Desta vez é sobre os engenhos e vem enriquecer a bibliografia quase rara sobre o assunto. O acervo histórico de Penalva ganha com mais esse resgate. Vamos aguardar. Talento e competência não falta ao nosso ilustre conterrâneo.
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