CANA, A PRIMEIRA RIQUEZA AGRÍCOLA DE PENALVA




CANA, A PRIMEIRA RIQUEZA AGRÍCOLA DE PENALVA.



              Em Penalva esta planta desembarcou pelas mãos dos portugueses, em meados do século XIX. Ela prosperou, principalmente, em Viana, sendo responsável pela expansão em outras localidades. A cana-de-açúcar se desenvolve melhor em climas que se caracterizam por apresentar duas estações bem diferenciadas, uma de altas temperaturas e a outra úmida, que possibilitam a evolução germinativa, a rebentação e o progresso do vegetal. Foi aqui que encontraram clima e solo apropriados para o cultivo desta planta; são terras arenosas, densas, dotadas de maior estrutura e fecundas. A planta que dá origem ao açúcar encontrou lugar ideal no Brasil. Durante o Império, o país dependeu basicamente do cultivo da cana e da exportação do açúcar. Calcula-se que naquele período da história, a exportação desse produto rendeu ao Brasil cinco vezes mais que as divisas proporcionadas por todos os outros produtos agrícolas destinados ao mercado externo, via Companhia Geral do Comércio, uma empresa criada pela coroa portuguesa para facilitar o comércio com a Europa e África.  Enquanto os nativos limitavam-se a uma lavoura rudimentar da mandioca, do arroz, do algodão e do tabaco, para suprirem as necessidades elementares da alimentação, vestuário e tabagismo, os colonos, ajudados pela igreja católica, com apoio do governo imperial, incentivavam a criação de engenhos para a produção de açúcar. Esta foi a vida econômica do Maranhão até o fim desse governo.

                A cana-de-açúcar foi a primeira riqueza agrícola e industrial de Penalva. Foi pelas moendas do Engenho de Sansapé, durante muito tempo, a base da economia local, gerando povoamento, expansão da localidade, trabalho e renda para muitas pessoas. A produção principal era de açúcar mascavo, destinado à exportação para a Inglaterra. A mão de obra utilizada, inicialmente, era escrava, vinda principalmente da África. Os escravos representavam a principal mão de obra do trabalho nos engenhos açucareiros (cerca de 80%) e não recebiam salários. O centro de distribuição desta mão de obra era no povoado Descanso, que fica nas proximidades da Fazenda Sansapé, tendo como feitor o capitão José Mariano da Cunha Magalhães, conhecido no engenho como Bráulio Magalhães, pai de Celso Magalhães, jurista, escritor e abolicionista. Com a prosperidade desta atividade canavieira outros engenhos surgiram nas cercanias do Engenho de Sansapé, fortalecendo a economia da freguesia de São José de Penalva e levando-a a desanexação da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Viana, em 21 de junho de 1871, pela Lei Imperial nº.955, sancionada  pelo Dr. José  da Silva Maia, Vice-Presidente da Província do Maranhão.

         Os primeiros engenhos foram criados no Brasil para atender à demanda europeia. Eram os locais destinados à fabricação de açúcar, propriamente a moenda, a casa das caldeiras e a casa de purgar. Com a evolução da agroindústria e o aparecimento das usinas de açúcar e de álcool, os engenhos, obsoletos, foram sendo desativados gradativamente, reduzindo substancialmente a lavoura da cana. Contudo a crise da agroindústria canavieira levou o país a optar pelo Proálcool. Para os usineiros tratava-se de diversificar a produção, para criar um novo mercado diante das frequentes crises da economia açucareira. A grande importância econômica do Engenho de Sansapé, na era republicana, foi nas décadas de 30, 40, 50 e 60, face os efeitos extensivos da 2ª guerra mundial.

Pesquisas:
1.       -César Augusto Marques
2.       -Maria de Lourdes Lauande Lacroix
3.       -Carlos Alberto de Sá Barros

Comentários

  1. Muito linda a história do nosso município e hoje onde a plantação da cana de açúcar é muito escasso. Mais ainda continua a grandiosa história do nosso município. Parabéns Dr Ivaldo Castelo Branco por nos contar grandiosa história do nosso município.

    ResponderExcluir
  2. Muito bem a história. como é bom saber as histórias das nossas raízes

    ResponderExcluir
  3. Caro Antônio, agradeço seu comentário incentivador.

    ResponderExcluir

Postar um comentário