UMA NOITE DE ESTALOS



Uma noite de estalos

Ao debruçar-me sobre o peitoril da varanda
Manhã de domingo, repouso à sombra de um sol
Que se desperta entre as folhas das palmeiras
Inspiro-me na leve brisa que me toca
Recordando os impulsos da destreza lúdica de uma noite de estalos
Contemplo o céu, recordo o que passou, em suspiros...
No quarto, a porta entreaberta, deixa escapar o suave perfume
Exalado pela brisa fria que traspassa nas cortinas
Cúmplice do sorriso ingênuo e safado que vejo
 Envolto nas cobertas do leito
Saído de um sono vindo de nuanças de uma noite feliz
Bem expirado, num corpo arrebatado.
Índia na cor e nos cabelos
Lábios carnudos afloram um favo
Meiguice safada, olhar sedutor, toda mulher
Convite à prova de um grande amor
Prazer incontido, até repetido, sob frechas do sol
Vazadas nas persianas e vitrais daquela alcova
Carícias e afagos me renovam
O tempo pára, o passado é esquecido
A esperança chega como um broto
Sem vê a hora de partir.

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