CACHAÇA DE PENALVA














HISTÓRIA


A cachaça é uma bebida de grande importância cultural, social e econômica para o Brasil, é um dos símbolos da cultura brasileira. “A cachaça mudou de lugar, saiu de baixo do balcão do bar e foi parar na prateleira, cheia de orgulho”, frase dita por um célebre cachacista. Surgiu no país por volta da década de 1530, no século XVI. Desde então, a mais genuína bebida brasileira conquistou todos os estratos sociais: no período colonial, dos escravos aos Senhores de Engenhos; na época do império, dos proletários aos burgueses, recebendo admiração até mesmo pela família Real. A partir de 1889, quando se iniciou o período republicano no Brasil, a elite brasileira, ávida por produtos estrangeiros, passou a discriminar a cachaça sendo tachada de “bebida de pobre”.
A primeira plantação de cana-de-açúcar de que se tem notícia no Brasil foi feita em 1504 por Fernão de Noronha na ilha que leva o seu nome. No período colonial, entre os anos de 1500 e 1822, a cachaça tornou-se símbolo da resistência ao colonialismo imposto por Portugal. Esteve presente em diversos movimentos, principalmente na Inconfidência
Mineira, no século XVIII, que tinha por objetivo a luta contra a sanha tributária imposta pela Metrópole e a busca pela liberdade. Na época do império, entre os anos de 1822 e 1889, foi reconhecida como bebida nobre e tornou-se símbolo da Independência do Brasil. Foi muito valorizada pela família Real, pela elite dominante e pela população em geral. Neste período, a caninha brasileira viveu uma de suas melhores fases como bebida nacional.
A partir de 1889, com a Proclamação da República, a elite brasileira ávida por produtos estrangeiros, passou a discriminar a cachaça. Desde então, a bebida ganhou status de bebida de pobre, sendo consumida somente nos botecos, bares e festas populares de todo o país pelos menos favorecidos, enquanto que a elite preferia degustar bebidas importadas como o champagne, vinho, vodka ou uísque. Somente algumas marcas de cachaça eram valorizadas por uma pequena parte da elite dominante.
No final do século XX, na década de 1980, no período de declínio do regime militar, teve início processo que culminou com a valorização da bebida mais popular do Brasil. As classes média e alta, enfim, resolveram valorizar a caninha. Houve expansão do consumo no mercado interno e externo, propiciando aumento da produção e o surgimento de milhares de marcas em todo o território nacional.

ATUALIDADES

Essa não sai da moda. “Se você pensa que cachaça é água, cachaça não é água não. Cachaça vem do alambique e água vem do ribeirão. Pode me faltar tudo na vida, arroz, feijão e pão. Pode me faltar manteiga e tudo mais não faz falta não. Pode me faltar o amor, isso que acho graça. Só não quero que me falte a danada da cachaça”. Esta letra da marchinha de carnaval de 1953, de autoria de Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro e Hebe Lobato, eterniza-se no gosto popular chamando a cachaça de água-ardente, pinga, branquinha, caninha, água que passarinho não bebe e outras mais. Beba com moderação!
Dentre milhares marcas de cachaça produzidas no Brasil, algumas são consideradas tradicionais, em face da excelência de suas qualidades e pelo tempo de permanência no mercado. No rol das marcas tradicionais, consideradas cachaças brancas, a cachaça Jatobá, produzida em Penalva,
destaca-se pelo padrão de excelência da sua qualidade conquistada em mais de seis décadas de produção.
A expectativa de resgate da marca Sem Rival, com a garantia Sansapé, é grande. Foi produzida pelo Engenho de Sansapé e engarrafada por Mathias Soares Neto, um produtor rural, com mão de obra qualificada, no município de Penalva, durante as décadas de 40, 50, 60 e 70. A esperança é grande, e será de grande importância para a cachaça artesanal, uma vez que a bebida faz parte da cultura brasileira, e a cachaça Sansapé ainda é muito lembrada pelos penalvenses e demais baixadeiros maranhenses.

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