Sansapé - verso & prosa
Sansapé - verso & prosa
APRESENTAÇÃO
Raimundo Balby
Odontólogo, músico e
pesquisador
Triste do povo que não preserva a sua história. Certamente, como diria o falecido político Leonel Brizola, não terá presente e muito menos futuro.
Penalva tem uma história fascinante: suas aldeias lacustres ocupadas por
povos neolíticos, os padres Jesuítas desbravadores do lago Cajari, os pioneiros
membros da família Marques construtores das primeiras casas na “Boca do Lago”,
as lutas políticas de Josias Silva e José Pinto, Wilson Marques com Aquino Mendes,
a “Embroma” de José Gonçalves duelando com o “Sebo” de Zé Marques, Lozinho
Martins e Derze Barros. O resgate dessa história fascinante não é tarefa fácil
e cada um dá sua contribuição.
Temos aqui um delicioso trabalho do advogado, historiador, compositor e
poeta Dr. Ivaldo Castelo Branco Soares. Ele traz no sangue o DNA dos Castelo
Branco, família das mais ilustres na aristocracia portuguesa e com membros importantes no “Conselho
de Penalva do Castelo”, território português que deu orígem ao nosso torrão
natal: Ana Augusta da Cunha Castelo Branco de Carvalho, seu pai Manoel
Ricardo da Cunha Castelo Branco de
Carvalho(fidalgo da Casa Real), Antônio de Almeida Castelo Branco(desembargador
da cúria de Roma e vigário de Vila Real) e Pedro de Castelo Branco – religioso
e notável orador, cuja fama fazia as pessoas ocuparem de vésperas os lugares de
suas pregações. O patriarca do clã no Brasil foi o tenente coronel Matias
Pereira Castelo Branco, natural de Viseu e que chegou no Ceará na década de
1.730, século XVIII.
Penalvense
da gema, Dr. Ivaldo conta histórias envolvendo personagens folclóricos e
verdadeiros do cotidiano de Penalva. E ele fez questão de citar apenas os que
já foram para outro plano. Se incluísse os vivos, teríamos uma verdadeira
enciclopédia: troca de casais, corre-nus, pé de pano pego no flagra, leigo se
passando por juiz, promotor bêbado e completamente nu na janela de sua
residência e muitos outros fatos pitorescos.
Desfilam
neste opúsculo, o ex-prefeito e suplente de juiz Fábio Balby, seu primo Nestor,
Busson, o repentista Zé Peru, Bimbino e outros. O ilustre advogado dá a sua
contribuição como historiador fazendo novamente o resgate do Engenho “Sansapé”,
importante para a economia do município no século XX e cujas terras pertenciam
aos seus familiares. Finalmente, revela-se, também um poeta, usando e abusando
do erotismo conforme se vê nos poemas “Uma Noite de Estalos” e “Menina Mulher”.
Enfim,
estamos diante de uma obra que merece aplausos. As gerações que se sucedem no
tempo tomarão conhecimento desses fatos e de personagens notáveis do nosso
torrão. Eles não serão esquecidos.
Agradecidos ficamos nós, os
penalvenses do presente. Agradecidos ficarão também aqueles que aqui estarão no
futuro.
Ao publicar o Prefácio e a Apresentação do meu livreto, Sansapé, verso & prosa, estou prestigiando estes amigos penalvenses, Dr. Adonae e Dr. Raimundo Balby, pelo valoroso incentivo à nossa cultura; feliz e agradecido com lisonjas recíprocas.
ResponderExcluirFoi uma honra fazer o prefácio do seu livro. Um grande abraço ilustre conterrâneo.
ResponderExcluir